terça-feira, 17 de abril de 2012

Alguns mitos sobre parto normal

Na hora de escolher entre ter um parto cesáreo ou ter um normal, o importante mesmo é que a mulher faça uma escolha consciente, informada. E pra isso é preciso desmistificar alguns mitos sobre parto normal:

Desempenho sexual comprometido - O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual.

Falta de Dilatação - Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas.

Bacia Estreita - Existem situações não muito comuns em que um bebê é grande demais para a bacia da mulher, ou então está numa posição que não permite seu encaixe. Não mais que 5% dos partos estariam sujeitos a essa condição.

Parto Seco - O parto nunca é rápido demais ou demorado demais enquanto mãe e bebê estiverem bem, com boas condições vitais, o que é verificado durante o trabalho de parto. Um parto pode demorar 1 hora como pode demorar três dias, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde. O que dá à equipe as pistas sobre o bebê são os batimentos cardíacos. Enquanto eles estiverem num padrão adequado, então o parto está no tempo certo para aquela mulher.

Bebê passou da hora - Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação. O importante é o bom pré-natal. Caso os exames apontem para uma diminuição da vitalidade do feto, a indução do parto pode ser uma ótima alternativa.

Cordão Enrolado - O cordão umbilical é preenchido por uma gelatina elástica, que dá a ele a capacidade de se adaptar a diferentes formas. O oxigênio vem para o bebê através do cordão direto para a corrente sanguínea. Assim, o bebê não pode sufocar.

Não entrou/não teve trabalho de parto - Toda mulher entra em trabalho de parto, mais cedo ou mais tarde. Ela só não vai entrar em trabalho de parto se a operarem antes disso.

Não tem dilatação no final da gravidez - Uma mulher pode chegar a 42 semanas sem dilatação, sem contrações fortes, sem perder o tampão e de uma hora para outra entrar em trabalho de parto e dilatar tudo o que é necessário. É impossível predizer como vai ser o parto por exames de toque durante a gravidez.

Placenta envelhecida - A qualidade da placenta isoladamente não tem qualquer significado. Ela só tem significado em conjunto com outros diagnósticos, como a ausência de crescimento do bebê, por exemplo. A maioria das mulheres tem um "envelhecimento" normal e saudável de sua placenta no final da gravidez. Só será considerada anormal uma placenta com envelhecimento precoce, por exemplo, com 30 semanas de gravidez.

Fonte: http://www.partodoprincipio.com.br/

terça-feira, 20 de março de 2012

O tempo...

Preciso me ater ao trabalho... ando perdendo muito tempo (ou ganhando, depende do ponto de vista) lendo sobre exercícios para facilitar o parto normal, experiências de parto normal, textos lindos de "mães-frescas" (como eu chamo a mãe que acabou de ganhar seu filhotinho), me inteirando, sentindo essas emoções que não são minhas, mas que poderiam ser.

Porque quando se está grávida, a gente fica ainda mais curiosa... e mais emotiva... e mais esperta... e mais bobona.
Coisa doida de se pensar...

Agora quero escrever uma carta pra Isadora, mas preciso de tempo. Coisa que agora não dá, né?! Em pleno expediente, às 12h37 (hora que eu já devia ter saído pro almoço).
Mas vou escrever, Isa-adorada, minha querida roundhouse kicker baby, sapateadora incansável das entranhas da mamãe.
Te amo...

Além do inchaço...

A maioria das grávidas, senão sua totalidade, sofre com os incômodos inchaços (edemas) nas mãos e nos pés, principalmente nos últimos meses de gestação. Eles ocorrem devido a alterações hormonais, aumento no fluxo sanguíneo, retenção de líquidos, muito tempo passado numa mesma posição (seja em pé ou sentada), etc. E eu, na minha prepotência de gestante saudável, achei que me veria lire desse fardo que transforma os pés em batatinhas com micro-brotos.

Mas qual não foi minha supresa ao perceber os pés inchando do sétimo para o oitavo mês de gestação (ou também conhecida como 33ª semana). Eu, que achei que sairia impune...
Bom, bora cuidar disso, diminuir o sal da comida, pegar firme na drenagem linfática, não deixar os exercícios de lado, por os pés pra cima sempre que possível, levantar a bunda da cadeira e fazer caminhadinhas ao longo do dia. Tudo isso coisa que eu já andava fazendo, por isso creio que tenha demorado para inchar (já vi algumas gestantes reclamarem de inchaço já no 5º mês de gestação).

Tudo controlado e inchando o mínimo possível, mas como boa nerd que sou, trabalhando há mais de década em frente a um computador, eu tinha de desenvolver (ou desenterrar) um problema que afeta muitas pessoas da geração informatizada: mãos inchadas, pressionando nervos, dificultando a circulação = Síndrome do Túnel do Carpo.
Pois é... tão temida quanto a LER (Lesão por Esforço Repetitivo), a Síndrome do Túnel do Carpo é uma patologia decorrente da compressão do nervo mediano que passa na região do punho, fazendo com que a pessoa afetada sinta dores, dormência dos dedos, formigamento, queimação ou sensação de "choques" nas mãos, sintomas que ficam mais intensos no período noturno ou quando a pessoa se mantém muito tempo numa postura contínua, como segurando o volante de um carro ou com os braços sobre a mesa, digitando.


E não é que essa "mardita" síndrome afeta de três a cinco vezes mais mulheres que homens, aumentando sua ocorrência na gravidez (a partir do 2º trimestre), devido à retenção hídrica e às alterações hormonais, afetando de 25% a 30% das gestantes (calma, não é todas que são premiadas).

Procurei ajuda na acupuntura, por ser uma terapia não medicamentosa e que pode trazer alívio aos sintomas. Mas o tratamento da síndrome do túnel do carpo também pode incluir imobilização do punho em posição neutra com dedos livres (com uma órtese ou munhequeira), aplicação de compressas geladas (2 a 3 vezes ao dia), fisioterapia, drenagem linfática, alongamentos...
O importante mesmo é procurar um diagnóstico com o ginecologista (a maioria está bem informada a respeito da ocorrência durante a gravidez) ou um ortopedista, que fará alguns exames clínicos para confirmar (alguns outros exames podem ser contraindicados durante a gestação, como a eletroneuromiografia).

O alívio maior mesmo vem da informação de saber que tudo isso pode simplesmente desaparecer depois do parto, juntamente com o inchaço e sintomas hormonais.
Então é tratar de aliviar os sintomas e esperar pelo grande dia.

Mais informações:

terça-feira, 13 de março de 2012

Um bebê por minuto??

Volta e meia estou lá zapeando na TV e paro no Discovery Home & Health passando o mesmo programa, "Um bebê por minuto". Aí a curiosidade fala mais alto e realmente fico assistindo aquilo tudo, vendo como as mães norte-americanas darem à luz seus bebês em partos normais (alguns com pouquíssima intervenção). Vontade de ver como acontece na hora P pra saber já de antemão o que esperar.
E foi o que aconteceu nesse domingo, quando estava arrumando ainda separando os livros que ainda vão permanecer no estúdio (que será também, logo logo, estúdio/quarto da Isa).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

32 semanas... hora de pensar no parto

Sim... parece muito cedo para alguns (e já muito tarde para outros), mas é uma hora boa pra se começar a pensar no parto, se a gestante está com a saúde e os exames todos em dia, a gestação vai de vento em popa e tudo colabora pra gravidez ser levada a termo (quando o bebê nasce nos 9 meses e não prematuro).

Procurar informações a respeito, ler muito, conversar com amigas que já foram mães, com a(o) médica(o), visitar maternidades e pensar com seriedade que tipo de parto a gestante quer. Não é uma escolha fácil e sem percalços, já que no Brasil a cultura da rede de saúde privada preconiza a cirurgia cesariana em mais de 80% dos casos (contra um número bem menor na rede pública) e as gestantes são levadas a acreditar que a cesárea é realmente o melhor caminho (mais rápido, prático e indolor) de se dar à luz um filho. Pééééééé... ERRADO!
Após os anos 60, quando as anestesias usadas no parto cesáreo evoluíram a ponto de ficar muito mais confiáveis, com quase nenhum efeito colateral, os médicos e as gestantes passaram a preferir o parto agendado por meio da cirurgia cesárea. É mais prático para o médico, que não precisa ficar o tempo todo a disposição de uma mulher em trabalho de parto (por algumas vezes, mais de 12 horas seguidas), tendo sua agenda livre para outros compromissos, recebe um valor maior dos convênios (quando em parto normal o valor chega a menos da metade) e não corre o risco (no caso de um médico sem muita experiência) de algo errado ocorrer durante um parto normal; e também é mais prático (se podemos falar assim) para os pais, que já sabem a data que o filho vai "nascer" (ou ser retirado do útero), já se preparam de antemão e é só chegar ao hospital na data e hora marcados, cortar a pança e pum! seu filho está aí.
Mas se levarmos em conta os prós e contras, o parto normal ganha disparado do cesáreo. A começar pelo fato de que todas as mulheres, naturalmente, nasceram para parir um filho naturalmente, por via vaginal, o corpo se modifica para isso, para ter as contrações, para dilatar o colo do útero, para abrir-se e dar à luz um bebê, como todo outro bicho, na hora da expulsão. Outra: existe melhor data para um bebê nascer do que quando seu corpinho está pronto pra vir a esse mundo? Quando os pulmões já estão formados, ele já atingiu o tamanho aproximado e tem toda chance de sobreviver bem nesse mundo aqui fora?
Depois de um parto normal, o corpo da mulher se recupera mais rapidamente, facilitando assim que ela esteja disposta para cuidar do neonato. A fisiologia como um todo entende que aquela situação passou e o corpo começa a voltar ao seu normal de antes da gestação. Não há cortes (ou se houver, são mínimos, como na episiotomia) e todo o pós-parto fica mais fácil. No caso do bebê, há menos risco de ele não estar totalmente pronto para o nascimento, a expulsão de forma natural promove uma massagem nos seus órgãos internos, o que serve para a limpeza dos mesmos (sistema excretor e respiratório), etc.
Claro que há situações que impedem um parto normal, onde a cesárea é indicada para resgardar a saúde da mãe e do bebê, como em casos de alterações na pressão sanguínea da gestante, gestante diabética, descolamento prematuro de placenta, problemas de dilatação no canal de parto (o corpo humano também tem suas falhas, né?!), mal posicionamento do bebê para o nascimento (já li sobre nascimento natural de bebês em posição pélvica, isso é, sentados), gestante portadora de HIV, sensibilização do feto pelo fator RH, etc. Mas são a minoria, cerca de 3% a 4% dos casos. O restante das mulheres poderia ter um parto normal perfeitamente.
Transformar gratuitamente (isto é, sem indicações precisas) um ato fisiológico, o parto normal, em ato operatório, parto cirúrgico, traz muitas desvantagens para a mulher. Entre elas destacamos a possibilidade da chamada infecção puerperal ou pós-parto, 30 a 40 vezes maior numa cesariana que no parto normal.
A informação de que se tem que o parto normal demora muito e causa dores é relativa. Algumas mulheres passam 12 horas em trabalho de parto (estamos aqui considerando o início das contrações, e não o trabalho de parto propriamente dito, que inicia quando as contrações são mais fortes – as de expulsão, realmente – e a mulher tem, ao menos, 4 cm de dilatação), outras dão à luz facilmente em menos de 1 hora. E para as dores das contrações existem hoje também anestésicos locais, partos na água, salas de parto especiais onde é possível utilizar-se de bolas de pilates, a presença de uma doula para ajudar emocionalmente a mãe, etc. (sobre o que é uma doula, leia aqui).
Eu e Isadora vamos tentar o parto normal até onde pudermos... Ela já está virada na posição correta com 32 semanas, bem ativa, a mãe bem de saúde e com todos os exames em dia. E pra isso papai também já está com a bandeira na mão e nossa gineco devidamente combinada. Se preciso for, vamos também atrás de uma doula, pra pegar na orelha do pessoal na sala de parto e não deixarem me levar a uma cesariana desnecessária ;D
Portanto, mamães, pensem muito bem no tipo de parto que querem.
Para ter mais informações:
- Mulheres grávidas - Tipos de partos (muito mais do que parto normal...)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sing a song...

Música da Isadora ninar.

Isadora, não demora, que é hora de dormir...
Mas não chora, que na aurora, o seu mundo vai florir...

Isadora
adora
amora


Foto de http://www.tudosobreplantas.com.br


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Minha flor de maracujá

Eu costumo falar muito com minha barriga. Correção. Falar muito com Isadora.
E vivo chamando ela "minha flor de maracujá"... essas belas flores desabrocham em meio ao intenso verde dos ramos emaranhados do maracujá (planta do gênero Passiflora) e nos surpreende pela sua beleza e exotismo. Acho que por isso chamo Isadora de flor de maracujá, em vez de rosa, ou jasmim ou maria-sem-vergonha. (:P)
Quando eu e minhas irmãs éramos crianças, moramos em uma casa com um grande quintal e nele um extenso maracujazeiro era cenário de muitas de nossas épicas brincadeiras... e me lembro que a primeira vez que vimos uma flor de maracujá ficamos tão maravilhadas que não conseguíamos parar de visitá-la todos os dias e de procurar outras nas próximas floradas. Foram tempos muito felizes em que descobrimos e aprendemos muitas coisas, em que nossa imaginação voava solta criando histórias, lendas, mitos, exercitando nossa criatividade.
Bons tempos... e eu quero que Isadora-flor-de-maracujá tenha tão bons tempos como nós tivemos quando crianças... que ela seja livre pra criar, pra sonhar e fazer acontecer.

Bela imagem de uma "passion fruit flower" clicada pelo fotógrafo Adam Laister.