segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Não precisa comer por dois!

Quem já não ouviu alguma "voz da experiência" dizendo que durante a gestação se "come por dois"? Pura desculpa para quem quer enfiar o pé na jaca.

A gestante só deve adequar sua dieta à nova situação, não precisa sair comendo tudo o que vê pela frente ou dobrar a quantidade do que ingere normalmente.

A fome virá, isso é certo... nesses 3 meses (pois é... já completei 12 semanas de gestação) posso dizer que minha fome se ampliou, não há como negar. Tenho de comer de 2 em 2 horas para não sentir o estômago roncando e é uma fome verdadeira, não psicológica. Mas tenho optado por uma alimentação bem saudável, com frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e, nessas horas em que a fome aperta entre uma grande refeição e outra, ataco nos lanchinhos saudáveis e não tão calóricos, como barrinhas de cereais, frutas (frescas e secas), queijo branco, iogurtes.

A ideia de que uma grávida precisa comer por dois é ilusória e só vai fazer a mulher ganhar um peso extra desnecessário, o que pode causar problemas não só pra gestante, mas também para o bebê, que pode nascer com sobrepeso e propensão à obesidade, problemas hormonais, diabetes, etc.

O melhor é comer bem. E se você já come bem antes de engravidar (de forma saudável e não muito, bem entendido), é só dar continuidade à sua alimentação, apenas aumentando um pouco as quantidades/número de refeições de acordo com a fome. Se você já tem sobrepeso ou algum problema ou restrição alimentar (como alimentação pobre em nutrientes, não come variedade de alimentos, é vegetariana), o mais correto é consultar-se com uma nutricionista, que vai intervir em sua alimentação passando uma dieta mais adequada, onde não faltem os nutrientes necessários. A obstetra pode também incluir alguma vitamina ou complemento que não seja suficiente na sua alimentação.

Muitos obstetras (e fontes escritas) aconselham as mulheres que querem engravidar a já começar uma complementação com ácido fólico mesmo antes da gravidez. Outros optam por indicar o ácido fólico quando a gestação é confirmada e pedem que tomemos o complemento pelos 3 primeiros meses. Muitos alimentos já contém ácido fólico, como espinafre, chicória, ervilhas, melão, castanhas, nozes, fígado, etc. Mas os médicos receitam o complemento pois muitas vezes não conseguimos o suficiente com nossa dieta. Sua importância está ligada ao desenvolvimento do tubo neural no bebê, previnindo sua má formação (como no caso da espinha bífida, condição em que o tubo neural não se fecha e a medula espinhal fica exposta, provocando danos no sistema nervoso central) e também atuando na diminuição dos enjoos, incidência de parto prematuro e outras coisas.

© Richard Dudley

Algumas dicas alimentares:

- A ingestão de proteínas é muito importante. Coma carnes (peixes, aves, carne vermelha) e ovos sempre bem cozidos e evite queijos moles ou feitos com leite não pasteurizado. Durante a gestação, estamos mais suscetíveis à bactéria Listeria monocytogenes, causadora da listeriose, que pode provocar o aborto espontâneo ou parto prematuro.

- Prefira peixes que não sejam topo de cadeia alimentar, como atum, peixe-espada e cação, pois os níveis de mercúrio na carne desses peixes, se ingeridos em grande quantidade, podem causar alguma intoxicação.

- É importante moderar a ingestão de cafeína e evitar álcool. Esse segundo, não precisamos nem lembrar que pode prejudicar o bebê se ingerido frequentemente. Prefira deixar para ocasiões especiais, onde tomar uma taça de vinho ou champanhe não fará mal.

- Cálcio é muito bem-vindo, de leite e derivados pasteurizados (queijos amarelos, brancos pasteurizados, iogurtes).

- Consuma muitas frutas, verduras e legumes, sempre bem higienizados, sem restrições.

- Água e sucos várias vezes ao dia são uma boa pedida para manter-se hidratada.

Dicas contra enjoos:

- A dica mais importante é não ficar muito tempo de barriga vazia, dando sempre algo em que o estômago possa trabalhar. Mas é melhor fazer refeições mais leves divididas ao longo do dia do que comer muito de uma só vez, o que pode aumentar o enjoo.

- Evitar o contato com odores mais fortes que podem aumentar os enjoos ou até causá-los. Se os problemas são na hora de cozinhar, é sábio pedir ao companheiro (ou a alguém) que tome o lugar na cozinha nessas ocasiões.

- Algumas vezes, somente alguns tipos de alimentos causam enjoos, quando o corpo da gestante "não necessita" dele. Pode acontecer, inclusive, de algo que gostávamos muito de comer nos cause aversão.

- Em alguns casos, um chá de gengibre ou balinhas feitas da raiz podem ajudar a diminuir os enjoos. Ter biscoitos de gengibre para mastigar ao amanhecer, ao lado da cama, podem ser uma boa pedida.

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Mas calma. Ao inidicar o 2º trimestre de gestação, muito do enjoo inicial desaparece por completo, junto com a sensação de cansaço e o sono incontrolável. A gestante costuma aproveitar muito mais essa segunda fase, pois retorna sua disposição e a barriga ainda não está grande para causar desconforto.
É hora de aproveitar para fazer mais exercícios, sociabilizar-se com os amigos e família e curtir a gravidez.

Sobre o ganho de peso, o maior consenso é que 1 quilo por mês está suficientemente bom durante uma gestação. Até 12 quilos de ganho de peso é considerado saudável pelos médicos, excetuando-se casos de obesidade ou hipertensão, que exigem acompanhamento mais próximo e cuidadoso.
Eu, até agora, engordei 1,8 kg.

Mas ainda vamos falar muito de alimentação até o final da gestação...

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